Desidratado pelo sol ofuscante
deslumbrado pela paisagem exuberante
acreditei que eram dunas do teu tempo.
No transcorrer dessa viagem,
pensava ter sofrido tudo que havia pra sofrer;
mas ao ouvir já vivemos o que havia pra viver,
feriu, mas também me permitiu saber
que embarcar na tua nave, é uma jornada dolorida.
Já nem sei porque sinto tanta saudade,
depois de despejar meu tempo e minha vida
sobre teu orgulho e entre tuas carências,
ansiando por mais migalhas de teu ócio.
sobrou uma cama fria e sem cães para despejar lágrimas
que escorrem por minha face triste até a camisa do pijama.
Tudo resumido em uma frase, mas que barbaridade!
Não merece meu tesouro se não distingüe a pirita do ouro.
Foram palavras de punhal e agulha.
sob as unhas de quem se humilha.
Mas não nasci para ser um bibelô na tua estante
Nem é da minha natureza viver orbitando
Lembras, sempre te disse, desde o início
não quero queixas, ou carinha triste
Muito menos semblante amarrado.
Nunca gostei, nem de cão acorrentado,
Então pega meu cavalo e encilha,
Só um instante... Abre teu alforge. Pega teu edredon,
já pegaste meu beijo, minha saliva e meu sangue.
e aproveita para pegar de volta as acusações
Se te pesarem ou fizer volume, é só jogar fora,
afinal, tu que foste embora.
Fica com meu cavalo, é só um cavalinho.
Segue pelo caminho ali do lado, que tem sombra
E nem me manda notícia,
pois depois dessas tuas palavras,
não quero mais saber de nada.
Não precisava sair tão ressentida,
com teu cavalo impetuoso,
pisoteando minhas feridas, jogando areia pra valeta.
Depois de tuas palavras, parece que deixei tanto
por uns poucos grãos da tua ampulheta.