Está cada mais difícil. É um verdadeiro Dilúvio. Inclusive a situação é pior que a lenda do Dilúvio. No dilúvio foram apenas 40 dias de chuva. Aqui no Rio Grande do Sul, em Estrela, recentemente, d a água havia subido a um nível recorde. E agora, cerca de um ou dois meses depois, ocorreu outra cheia. Desta vez, a água subiu apenas 1m a menos. Lá da casa de uma prima, segundo minha mãe, nunca havia entrado água. Ao aposentarem-se, ela e o marido, venderam sua casa, que ficava sob uma loja do casal e construíram em um terreno que já possuíam há muitos anos. 15 dias após mudarem-se para a casa nova, entrou água. É o desmatamento. Basta comparar imagens de satélite. Durante a infância até a idade adulta, eu ia de Porto Alegre, de carro, almoçar em Nova Petrópolis, ou Canela, cidades da região serrana. Ali a estrada é alta e temos uma ótima vista da paisagem. Naquele tempo, era tudo mato, a paisagem era dominada pelo verde. Hoje, há apenas algo em torno de 10 a 20% da vegetação que havia há cerca de 50 anos. Foi tudo devastado. O reflorestamento é imprescindível.
O desmatamento causa a enxurrada, a água chega rapidamente aos rios e outros cursos d'água, que sobem e levam tudo que há em seu caminho, inclusive a vegetação, causando mais desmatamento e agravando o problema.
As fortes chuvas, na intensidade que vêm acontecendo, são reflexo do desmatamento na Amazônia. A água circula não só nos rios, mas também na atmosfera, então essa água termina por circular para o sul, canalizada pela cordilheira dos Andes. Ao encontrar o ar frio, que vêm do polo sul, as nuvens esfriam e provocam intensas chuvas. Como até agora havia a floresta amazônica, as chuvas eram bem menos intensas.
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