Dienstag, 21. November 2023

Em Prosa, a Natureza Chora.

  Está cada mais difícil. É um  verdadeiro Dilúvio. Inclusive a situação é pior que a lenda do Dilúvio. No dilúvio foram apenas 40 dias de chuva. Aqui no Rio Grande do Sul, em  Estrela, recentemente, d a água havia subido a um nível recorde. E agora, cerca de um ou dois meses depois, ocorreu outra cheia.  Desta vez, a água subiu apenas 1m a menos.  Lá da casa de uma  prima, segundo minha mãe, nunca havia entrado água. Ao aposentarem-se, ela e o marido, venderam sua casa, que ficava sob uma loja do casal e construíram em um terreno que já possuíam há muitos anos. 15 dias após mudarem-se para a casa nova, entrou água. É o desmatamento. Basta comparar imagens de satélite. Durante a infância até a idade adulta, eu ia de Porto Alegre, de carro, almoçar em Nova Petrópolis, ou Canela, cidades da região serrana.  Ali a estrada é alta e temos uma ótima vista da paisagem. Naquele tempo, era tudo mato, a paisagem era dominada pelo verde.  Hoje, há apenas algo em torno de 10 a 20% da vegetação que havia há cerca de 50 anos. Foi tudo devastado. O reflorestamento é imprescindível.

O desmatamento causa a enxurrada, a água chega rapidamente aos rios e outros cursos d'água, que sobem e levam tudo que há em seu caminho, inclusive a vegetação, causando mais desmatamento e agravando o problema.

As fortes chuvas, na intensidade que vêm acontecendo, são reflexo do desmatamento na Amazônia. A água circula não só nos rios, mas também na atmosfera, então essa água termina por circular para o sul, canalizada pela cordilheira dos Andes. Ao encontrar o ar frio, que vêm do polo sul, as nuvens esfriam e provocam intensas chuvas. Como até agora havia a floresta amazônica, as chuvas eram bem menos intensas.


Donnerstag, 27. Juli 2023

Dunas na ampulheta

 

Desidratado pelo sol ofuscante

deslumbrado pela paisagem exuberante

acreditei  que eram  dunas do teu tempo.

No  transcorrer dessa viagem,

pensava ter sofrido tudo que havia pra sofrer;

mas ao ouvir já vivemos o que havia pra  viver,

feriu, mas também me permitiu saber

que embarcar na tua nave, é uma jornada dolorida.

Já nem sei porque sinto tanta saudade, 

depois de despejar  meu tempo e minha vida

sobre teu orgulho e entre tuas carências,

ansiando por mais migalhas de teu ócio.

 sobrou uma cama fria e sem cães para despejar lágrimas

que escorrem por minha face triste até a camisa do pijama.

 Tudo resumido  em uma frase, mas que barbaridade!

Não merece meu  tesouro se não distingüe a pirita do ouro.

Foram palavras de punhal e agulha.

sob as unhas de quem se humilha.

Mas não nasci para ser um bibelô na tua estante

Nem é da minha natureza viver orbitando

Lembras, sempre te disse, desde o início

não quero queixas, ou carinha triste

Muito menos semblante amarrado.

Nunca gostei, nem de cão acorrentado,

Então pega meu cavalo e encilha,

Só um instante... Abre teu alforge. Pega teu edredon,

já pegaste meu beijo, minha saliva e meu sangue.

e  aproveita para pegar de volta as acusações

 Se te pesarem ou fizer volume, é só jogar fora,

afinal, tu que foste embora.

Fica com meu cavalo, é só um cavalinho.

Segue pelo caminho ali do lado, que tem sombra

E nem me manda notícia,

pois depois dessas tuas palavras,

não quero mais saber de nada.

Não precisava sair tão ressentida,

com teu  cavalo impetuoso,

pisoteando minhas feridas,  jogando areia pra  valeta.

Depois de tuas palavras, parece que deixei tanto

por uns poucos grãos  da tua  ampulheta.