Donnerstag, 27. Juli 2023

Dunas na ampulheta

 

Desidratado pelo sol ofuscante

deslumbrado pela paisagem exuberante

acreditei  que eram  dunas do teu tempo.

No  transcorrer dessa viagem,

pensava ter sofrido tudo que havia pra sofrer;

mas ao ouvir já vivemos o que havia pra  viver,

feriu, mas também me permitiu saber

que embarcar na tua nave, é uma jornada dolorida.

Já nem sei porque sinto tanta saudade, 

depois de despejar  meu tempo e minha vida

sobre teu orgulho e entre tuas carências,

ansiando por mais migalhas de teu ócio.

 sobrou uma cama fria e sem cães para despejar lágrimas

que escorrem por minha face triste até a camisa do pijama.

 Tudo resumido  em uma frase, mas que barbaridade!

Não merece meu  tesouro se não distingüe a pirita do ouro.

Foram palavras de punhal e agulha.

sob as unhas de quem se humilha.

Mas não nasci para ser um bibelô na tua estante

Nem é da minha natureza viver orbitando

Lembras, sempre te disse, desde o início

não quero queixas, ou carinha triste

Muito menos semblante amarrado.

Nunca gostei, nem de cão acorrentado,

Então pega meu cavalo e encilha,

Só um instante... Abre teu alforge. Pega teu edredon,

já pegaste meu beijo, minha saliva e meu sangue.

e  aproveita para pegar de volta as acusações

 Se te pesarem ou fizer volume, é só jogar fora,

afinal, tu que foste embora.

Fica com meu cavalo, é só um cavalinho.

Segue pelo caminho ali do lado, que tem sombra

E nem me manda notícia,

pois depois dessas tuas palavras,

não quero mais saber de nada.

Não precisava sair tão ressentida,

com teu  cavalo impetuoso,

pisoteando minhas feridas,  jogando areia pra  valeta.

Depois de tuas palavras, parece que deixei tanto

por uns poucos grãos  da tua  ampulheta.

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