Dienstag, 19. April 2011

Pensata e pensamento

   Não basta o ataque de Ricardo Neis, maluco que já deveria estar preso há muito tempo aos ciclistas? Não basta termos nossas vidas ameaçadas no trânsito violento diariamente? Nem  um desmbargador soltar o assassino que perseguiu uma mulher com uma machadinha e, no dia seguinte ao seu crime abandonou o veículo tendo suprimido susas placas para esconder as provas do seu crime? Não bastasse tudo isto, há quem escreva um artigo atacando as vítimas. Depois alega que está sendo vítima de Bullying, ao melhor estilo Ricardo Neis.    
   Mutias são as técnicas utilizadas por aqueles a quem não interessa a bicicleta como modal de transporte. Não é necessário enumerá-los, uma mera reflexão nos é capaz de revelar quem tem seus interesses prejudicados com o aumento do número de ciclistas.
   As táticas dos prejudicados são as mais diversas, desde criação de ideologias anti-ciclística, criação de blogues fomentando o ódio aos ciclistas, demonização dos ciclistas, sofismas (somados a afirmações verdadeiras ou não), manipulação ou criação de estatísticas, repetição de bordões verdadeiros ou não, etc.
Muitas são as peças jornalísticas que atacam o ciclismo, algumas por desinformação do autor, outras produzidas com a intenção de divulgar uma ideologia contrária ao ciclismo.
   Entre outras peças do gênero, o artigo citado tem uma particularidade.
è muito bem escrito. Defende o pensamento do Patrão e de seus anunciantes.
   A autora inicia citando "O maluco de Porto Alegre passando por cima dos ciclistas como se fossem caixas vazias de papelão". Deste modo a autora tenta ganhar a confiaça do leitor, mostrando bom senso e valores humanos, apelando para sua razão e emoção.
   Segue apresentando uma solução bem simplista para o problema da mobilidade."
não precisamos no momento é trazer para nossos indomados centros urbanos os problemas que ainda não são nossos", como se isto resolvesse o problema da mobilidade, como se não houvesse milhares de pessoas que gostariam de usar a bike e não o fazem por falta de condições.
    Adiante parte para a demonização. Esta técnica consiste em atribuir a alguém pensamentos ou condutas que prejudiquem sua imagem. Ñão importa se as atribuições são verdadeiras ou não, o importante é que pareçam convincentes. A autora afirma que os ciclistas aplicariam aos motoristas uma série de rótulos, como se os próprios ciclistas não fossem também motoristas e proprietários de autos.
   Quem tem de rir sou eu, ao ler que não se pode falar em defesa da natureza quando se tem uma bicicleta de alto valor. Quem disse que só posso trabalhar com uma bike barata? Quem pagou caro por sua bicicleta deve gastar ainda mais com gasolina, além de produzir fuligem a ser respirada  por si e pelos outros? Porque? Quem baixou esta ordem?
    Ainda cita que quem defender as ciclovias seria corrido a pontapés pela população de menor poder econômico. Nâo é o que vejo, pois aki na Restinga o pessoal está vibrando com a implantação do plano cicloviário e muitos preferem ir de bike do que gastar o que não tem feito uma sardinha em ônibus superlotados.
    Na tentativa de abordar o tema ciclovias demonstra desconhecimento da realidade e das questões que corriqueiramente são trazidas a pauta ao tratar-se do assunto.
    Hilário mesmo é quando afirma que o modal ciclo só é adequado em outros lugares, " aqui não", desta maneira já tenta prevenir os leitores que desconhecem o emprego dos ciclos em outros lugares, contra argumentos óbvios do tipo: "mas há lugares onde se usa a bicicleta e a mobilidade é muito melhor". A autora cita somente"Amsterdam ou Paris", talvez por não conhecer Bogotá, que é ali na Colômbia, talvez por não interessar ao pensamento que defende. Eu nem iria a Bogotá, mas ao Vale do Sinos, de onde sou nativo, Sapiranga, Três Coroas, Eldorado do Sul, lugares onde os ciclistas são maioria.
    Na seqüência o rol da demonização é estendido quando cita "oportunistas de todos os tipos, a começar pelos políticos...".
    O mais impressionante é quando a redação descamba pra linguagem chula além de, numa total leviandade, atribuir conduta ilegal aos ciclistas. Inclusive foi omitido que o CTB regulamenta a utilização da bicicleta e que o ciclista também tem o direito de circular nas vias públicas, inclusive com preferência sobre os veículos automotores.
    A ignorância da autora, pretens ou não, sobre o meio ciclístico, chega ao ápice qdo cita que "Trata-se de um grupo dos mais reacionários, na medida em que se traveste de bom samaritano, mas não admite dissidências nem ter seu "lifestyle" ou "bikewear" ou "mountain goat bike sytle" questionado". Quem nunca conviveu com vários grupos e subgrupos? Estudantes, entre eles os de diferentes instituições, ou de cada curso; categrias profissionais, correntes em partidos políticos ou partidos em coligações, chapas para os órgãos de classe, etc. De todos grupos que convivi o mais heterogêneo é o dos ciclistas. Entre os ciclistas há de tudo, é a fauna com maior diversidade de espécies e, dentro de cada espécie, diversidade entre os espécimes, só quem conhece sabe como é, quem não conhece nem imagina.
    Ela encerra com uma tática de retórica milenar, afirmando que a outra parte não busca o entendimento, não quer conciliação, quem discorda dela a está agredindo...
   Quando a autora tenta induzir as pessoas (pessoas significa a entidade a qual a autora se refere de modo distante como "população da Vila Ré ou de Sapopemba", pois para mim são pessoas, com diferenças e semelhanças em relação a nós, mas são pessoas e cidadãos do mesmo modo que nós).
    Se estivessemos errados, tenho certeza, não faltaria à autora a capacidade de argumentar, em lugar ao escárnio, deboche e linguajar que a nós foram dirigidos.
    É uma pena ver tanto talento a serviço de uma causa tão baixa. Por favor não se refira a nós com o termo "fuças". Guarde este termo para si e para os seus, pois nós temos rostos, muito diferentes uns dos outros. Temos rostos e idéias próprias, não somos pagos para defender os intersses de ninguém. Defendemos nossa própria causa.
Qaunto à autora questiono o motivo pelo qual incita outros a nos agredirem a pontapés, em lugar dela própria fazê-lo? Evidente que tal questionamento constitui mera retórica ...

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